Existirá realmente esta identidade coletiva vaga a que chamamos de povo de um país? Miguel de Unamuno não gostava da palavra povo.
Os habitantes das nações modernas partilham costumes em comum, paisagens, modos de ver as coisas, tradições culturais e, sobretudo, uma mesma língua, tesouro em que se guardam e se transmutam todas as suas experiências.
Mas o que existe para além das circunstâncias não é sempre o jeito individual de ser, a aventura iniciada no mistério do nascimento, assumida como possível no combate com o tempo, e desaguando sem imprevistos no outro grande mistério de não ser?