de revoada

05.05.2019 – Palavras Sensatas num Mundo Insensato

 

Numa mensagem no twitter, Jim Rickards (James G. Rickards, advogado americano, autor de livros sobre questões financeiras – Currency Wars, comentarista de mídia – @JimRickards) escreve exemplarmente sobre as tão faladas mudanças climáticas.

“Climate changes slowly, has for eons. Humans can’t do anything about it except adapt, which we do extremely well.”

“O clima muda lentamente, tem mudado por eras a fio. Os humanos nada podem fazer a respeito exceto adaptar-se, o que fazemos extremamente bem.”

Está dito tudo o que se pode dizer a respeito das mudanças climáticas. E só Deus sabe o quanto precisamos de palavras sensatas em nossos dias.

O alarme apocalíptico sobre o aquecimento da Terra causado pela crescente emissão de COtraz em seu bojo um embuste retórico. O desastre climático iminente é provocado pelo homem, repetem autoridades científicas e políticas, sendo urgente tomar medidas que impeçam a catástrofe. Por baixo dessa declaração intimidadora, a retórica esconde um engodo capaz de seduzir a ansiedade humana – afirmam que existe um grave problema com o clima da Terra, causado pelo homem, portanto, sob controle humano. Os alarmistas estão na verdade assegurando que o homem pode controlar o clima da Terra. Isso é música para os ouvidos da humanidade, que custa a enfrentar que não passa de um nada invisível em cima de um “pálido ponto azul” (segundo a descrição da Terra dada por Carl Sagan).

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Só que uma dificuldade aguarda o mundo na esquina – a afirmação é falsa, o homem não pode controlar o clima da Terra. Como diz Jim Rickards, podemos apenas nos adaptar – e ele abre uma perspectiva otimista, quando diz que é algo que fazemos extremamente bem.

Nas considerações alarmistas sobre o clima, constato um erro grave – misturam dois níveis, o local e o global, como se fossem idênticos. Em nível local, a ação humana tem forte impacto sobre o meio ambiente, e os cuidados ecológicos são imprescindíveis. Em nível global, as forças em ação estão geralmente além do alcance humano, e muitas das teses científicas se perdem em especulações.

O homem não pode controlar o clima da Terra, mas ele pode cuidar de seu meio ambiente, evitando a atitude suicida de destruir seu habitat. Em outras palavras, as medidas para melhorar as condições da vida humana estarão sempre em nível local. Achar que podemos influir na natureza em nível global – positiva ou negativamente – é pretensão e água benta.

Muitos afirmam que os ataques ao meio ambiente são fruto da ganância humana, do terrível capitalismo. A observação da realidade aponta em sentido contrário, porque os países livres do Ocidente são os que mal ou bem adotam cuidados ecológicos, enquanto os países controlados por regimes totalitários não dão a mínima para a ecologia. Basta pensar no estado do meio ambiente na Alemanha Oriental, na poluição colossal na China, num Chernobyl que causou tantos danos por não dispor de um sistema de prevenção eficaz.

Sem entrar no exame da adaptação humana ao meio ambiente ou da adaptação do meio ambiente aos humanos, cumpre mencionar a busca científica atual de fontes de energia limpa. Um trabalho de longos anos e de muitas tentativas e erros, que ninguém se iluda. Os experimentos com energia eólica e solar, por exemplo, não estão apresentando resultados satisfatórios. Mas é um esforço digno de nossa busca de conhecimento. E as palavras de Jim Rickards estimulam o nobre esforço:

Ao clima os humanos só podem “adaptar-se, o que fazemos extremamente bem.”

 

Rosaura Eichenberg

30.03.2019 – Uma percepção incômoda

Difícil acompanhar o que está acontecendo no início deste século XXI, mas não é possível se esquivar do que vivenciamos. Os nossos meios de comunicação são hoje cada vez mais velozes, mais eficazes, mais presentes. Bastam alguns cliques, e conseguimos todas as informações de que precisamos, falamos com todos os participantes de nosso diálogo com o mundo. Mas não dá para negar a realidade – a comunicação humana está cada vez mais impossível, o que provoca a atrofia do seu principal instrumento, os diversos idiomas. Uma percepção sombria, até macabra, de nossos tempos.

Rosaura Eichenberg

30.03.2019 – PocketStore – Nova Livraria em Porto Alegre

PocketStore Livrarira

Na contramão do enfraquecimento das livrarias e editoras pelo Brasil afora, abriu em Porto Alegre uma livraria ligada à Editora L&PM na Rua Félix da Cunha, 1167 – bairro Moinhos de Vento. Um acontecimento a ser festejado no Brasil inteiro. A leitura de livros é o maior antídoto contra o estado de penúria da educação e cultura brasileiras.  Porto Alegre está de parabéns!

Equipe Ibis

21.12.2017 – Meu Dickie

Foi em 2002 que meu irmão me deu um cachorrinho da ninhada que nasceu na casa dele. Um dackel caramelo, atrevido e amoroso como só os cachorrinhos salsichas sabem ser.

Já são mais de quinze anos de companheirismo e convívio alegre em que, é claro, quem sabe das coisas e me orienta os passos é o Dick, ou Dickie conforme a correção fonética de uma amiga americana. Quando passeamos na rua, ele se lança latindo contra os cachorros grandes porque se imagina com o dobro do tamanho do intruso que surgiu à sua frente. E quando me olha compreensivo, sinto que o cachorrinho conhece de cor e salteado todos os escaninhos de minha cabeça.

Passados tantos anos com suas limitações de praxe, o Dickie já não pula no sofá, mas continua lindo como sempre foi desde pequeninho. E, como não podia deixar de ser, continua no comando da nossa vida.

Admiro desde que me conheço por gente a magia do traço do pintor Pablo Picasso. Foi uma surpresa de grande felicidade descobrir que ele também gostava dos salsichinhas e deixou tracejado com elegância singela o perfil de meu Dickie.

Rosaura Eichenberg

25.10.2017 – A Marcha da Estupidez

Leio com espanto uma notícia das terras norte-americanas. Em Illinois uma professora universitária de matemática afirma sem pejo que a matemática, a álgebra e a geometria promovem o privilégio branco. Se alguém é talentoso nessa área, ofende as pessoas de outras raças que não têm tanta familiaridade com os números.

Difícil entender essa relação entre os números e as raças – uma pista da professora é que as palavras gregas já trazem a marca da superioridade dos brancos. E eu que imaginava ser arábica a origem da palavra álgebra.

Há tempos li que uma grande realização matemática foi a invenção do zero, que se deu na Índia e que, curiosamente, existia também entre os maias. A civilização maia se extinguiu, mas os indianos pelo jeito ainda terão de expiar sua superioridade matemática que ofende tantos outros povos.

Em meio a esse alarido mais ensurdecedor que um samba-enredo de carnaval, procuro envolta nas dobras do passado a voz de meu professor de matemática a me esclarecer as equações e os teoremas. Um arrimo contra os furacões da estupidez.

 

Rosaura Eichenberg

18.02.2017 – Pensamento de Dalai Lama

 

“Amor e compaixão representam para mim
uma religião generosa, universal.
Ninguém precisa de templos ou igrejas para isso,
nem mesmo uma crença específica,
se cada um apenas tenta ser um ser humano
com um coração generoso e um sorriso,
isto basta.”

                                        Dalai Lama

                                                                       Tradução:

Wanda Meyer

12.11.2016 – Sobre o pensamento politicamente correto

 

Diz um antigo ditado latino (em versão livre para o português): “Quando querem destruir alguém, os deuses começam por enlouquecê-lo”. Nos tempos difíceis que estamos vivendo, fiquei pensando sobre o que chamam de “pensamento politicamente correto”, um câncer que atacou as mentes humanas e já atingiu o grau de metástase.  E me ocorreu parafrasear a sentença remota: “Quando querem transformar os outros em escravos, os homens começam por emburrecê-los”.

Rosaura Eichenberg

26.02.2016 – Cadeira de balanço

 

Foto tirada por Paulo Eichenberg

Foto tirada por Paulo Eichenberg

 

O passarinho embala a ausente presença que retoma seu assento no coração da gente.

 

Rosaura Eichenberg

8.06.2014 – Pássaro Azul

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 Fotos de Ana Caillaux

Mesmo sem câmeras especiais e a aparelhagem dos fotógrafos especializados em captar as imagens dos pássaros, o azul deste passarinho se espraiou diante de todos os olhos e coloriu o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Ana Caillaux

14.04.2014

Foi assim que o outono deu as caras no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Foto de Lillian Meyer

Foto de Lillian Meyer

 

Foto de Lillian Meyer

Foto de Lillian Meyer

 

 

 

 

 

 

 

Lillian Meyer

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