de revoada

13.06.2021 – Santo Antonio

 

Recupera-se o perdido,

Rompe-se a dura prisão,

E no auge do furacão

Cede o mar embravecido

 

Santo Antonio,  rogai por nós.

 

 

27.01.2021 – Mozart e Lewis Carroll

 

Um pensamento especial hoje para dois grandes gênios da humanidade.

 

WOLFGANG AMADEUS MOZART

 

LEWIS CARROLL 

Ilustração de Lewis Carroll

 

 

“Você não sabe do que está falando!” gritou Humpty-Dumpty.”Quantos dias tem um ano?

“Trezentos e sessenta e cinco”, disse Alice.

E quantos aniversários você faz?”

“Um.”

“E se tirar um de trezentos e sessenta e cinco, o que resta?”

“Trezentos e sessenta e quatro, claro.”

 “…e isso mostra que há trezentos e sessenta e quatro dias em que você pode ganhar presentes de não-aniversário…” 

“Certamente”, disse Alice.

“E apenas um para presentes de aniversário, sabe. “

 


 

 

Rosaura Eichenberg

08.01.2021 – Calendário do Livro das Horas do Duque de Berry

 

Na primeira metade do século XV, a Europa Ocidental estava no final da Guerra dos Cem Anos, uma série de conflitos entre a França e a Inglaterra para a conquista do poderoso reino da França. A guerra e a praga estavam por toda parte. Tumulto, dor no coração e desespero eram o esteio para muitos homens medievais.

Ninguém saiu ileso.

Durante esses tempos tumultuados, faz-se mister uma fé sólida e a busca de alguma forma de esperança para a sobrevivência cotidiana. Assim como o fluxo da noite e do dia, a única constante nesses tempos desafiadores é o próprio tempo. Por isso, um calendário nos ajuda a seguir adiante e esperar tanto uma regularidade como algo melhor – o futuro.

 

Na arte ocidental, um dos mais refinados calendários está no início do manuscrito de devoção do século XV –  ”As Horas Muito Ricas do Duque de Berry”.

 

Inverno     –     Dezembro

 

Primavera    –    Março

 

Verão   –    Junho

 

Outono  –    Setembro

 

 

Rosaura Eichenberg

04.02.2020 – G. K. Chesterton – Arte

 

Em seu livro The Everlasting Man,  o escritor inglês do início do século XX, G. K. Chesterton, faz uma reflexão sobre os seres humanos e demonstra que o homem não é como os outros animais. Ao considerar as eras da pré-história, Chesterton aponta que pouco sabemos dos homens pré-históricos – deles temos apenas o testemunho dos desenhos nas cavernas. Um ofício que pertence unicamente ao ser humano – inexistente nos outros animais, e igualmente ausente nas máquinas, capazes tão somente de ampliá-lo, refiná-lo, aperfeiçoá-lo, jamais criá-lo.

E com isso Chesterton cunha uma frase memorável.

     A Arte é a assinatura do homem.

 

Rosaura Eichenberg

18.12.2013 – arte contemporânea?

Em outubro de 2009, o historiador gaúcho Voltaire Schilling deu início a uma polêmica saudável sobre a arte contemporânea com o seu texto ‘A Capital das Monstruosidades’ a respeito dos monumentos de Porto Alegre. São em geral esculturas de nosso tempo, apresentadas nas várias bienais de arte de Porto Alegre, que os artistas houveram por bem deixar na cidade.  Foram muitos os artigos que se seguiram, revelando um entusiasmo insuspeitado nos gaúchos para tratar de tema tão inóspito. Difícil, sem dúvida, porque é cada vez maior o afastamento entre a arte e a sociedade das pessoas comuns, e porque as relações entre a arte e o mercado são confusas mas necessárias, pois os artistas têm de ser de algum modo financiados. A chamada arte moderna já teve seus momentos épicos no início do século passado – a estreia da Sagração da Primavera de Igor Stravinsky em Paris, a Semana da Arte Moderna no Brasil – e seus momentos de grande expressão e rebeldia como o Chien Andalou de Luis Buñuel, mas depois vieram pós-modernismos e pós-pós-modernismos, uma procura fatigada de ultrapassar limites que nem mais se enxergam. E nesse ponto arrisco uma opinião leiga, essa tal de arte contemporânea está, quem sabe, envelhecida. Instalações, performances, sei lá que mais – não são tudo velharias? Tudo coberto de poeira, teias de aranha. Uma arte que não conseguiu desabrochar e feneceu na sua novidade. Por isso, a polêmica provocada por Voltaire Schilling parece tão importante, um sopro de vitalidade em experimentações um tanto senis. E uma coisa é certa: já me disseram que a loucura humana é infinita – ao que parece, a criatividade humana também. O artista contemporâneo saberá cumprir seu destino de fênix.

Rosaura Eichenberg

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