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Para Sydney Schiff [Janeiro de 1922 – Suíça]

        [Janeiro de 1922]

 

…Lembro-me de ter falado certa vez a esse respeito com Lawrence e de ele dizer: “Devemos jurar um pacto solene de amizade. A amizade é tão grave, une tanto quanto o casamento. Escolhemo-nos uns aos outros para a vida, juntos em tudo – para sempre. Mas não basta dizer que vamos ser amigos. Precisamos jurar.” À época eu estava impaciente com ele. Achei as suas palavras extravagantes – fanáticas. Mas quando se considera como este mundo é, compreendo perfeitamente por que L. (especialmente por ser L.) fazia essas afirmações… Quanto a mim, acho que é o orgulho que torna a amizade muito difícil. Submeter-se, curvar-se para o outro não é fácil, mas deve ser feito para que se possa compreender realmente o ser do outro. Amizade não é fundir-se no outro. Uma pessoa não se torna com isso uma sombra, mas permanece uma substância…


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